os milhares de anos que passaram viram
a nossa escravidão
nós carregámos as pedras das pirâmides,
o chicote estalou
abriu rios de sangue no nosso dorso.
nós empunhámos nas galés de césar
os abomináveis remos
e o chicote estalou de novo
na nossa pele.
a terra que há milhares de anos arroteámos
não é nossa
e só nós a fecundámos!
e quem abriu as artérias? quem reasgou os pés?
quem sofreu as guerras? quem apodreceu ao abandono
e quem cerrou os dentes? quem cerrou os dentes e esperou?
spartacus voltará: milhões de spartacus!
os anos que aí vêm hão-de ver
a nossa libertação
itinerário
poema de
papiniano carlos
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