já podemos comer romãs, descansados. com as chuvas dos últimos dias as romãs ficaram limpas, sadias.
diziam os antigos, os do sul, que davam sezões, as romãs, a quem as comesse antes das primeiras chuvas de outono.
as romãs crescem no verão e amaduram no outono.
gosto muito de romãs. de as comer. de as olhar.
oníricas romãs, lembram-me rubis.
como posso eu lembrar-me de um rubi, se tal nunca vi. é assim o nosso cérebro, uma fábrica de imagens, de coisas que só depois os olhos hão de conhecer.
é isso que faz a humanidade avançar. e recuar. recuos, se de guerras falamos. por muito avançadas, ou modernas, que sejam.
tudo isto só por causa das romãs.
nesta clara e límpida manhã apetecem-me romãs.
vou trabalhar como se comesse romãs.
ah! os antigos também diziam que se devem comer laranjas, pelo menos uma, antes do natal, para livrar de um catarral.
sabedorias de um povo, que sabia mais da terra que do seu próprio corpo.
sou mesmo do campo, eu.
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