07 fevereiro 2010

EMERGÊNCIA DEMOCRÁTICA NACIONAL. SIM!

S.O.S

“ Resposta urgente ao comentário preocupado da leitora Azinheira e aos demais que vivem a mesma grande e perturbadora ansiedade, a cujo grupo pertence este obscuro cidadão que vos escreve, mas que sendo um militar de Abril por dever moral, calar não se pode e, mais, NÃO DEVE. Dever que obriga a todos os portugueses democratas e, de um modo particular, aos não vencidos ou convencidos militares de Abril, pela plutocracia”

Sim os bons Portugueses dormem, mas sobre esse descansado dormir, a democracia morre ferida de mil ataques, jogadas e misérias mais próprias de um regime dos confins africanos, com vivências à lá mugabe, em termos de uma vergonhosa corrupção económica, politica e moral que nem os tribunais, nem a opinião publica, nem o parlamento julgam.

Parece, sente-se uma fria e terrível sensação de tudo estar saque, e que o aviltamento das almas, sobretudo a do Povo, não pode ser mais trágico. O que aconteceu a este Portugal?

Sim. O que nos aconteceu?

O momento que atravessamos é de uma gravidade extrema a DEMOCRACIA MORRE a machadadas vis com muitas e graves cumplicidades, a maior e mais grave, a da ASSEMBLEIA DA REPÚBLICA, em que, como corajosamente denuncia Cravinho, os lideres parlamentares parecem assobiarpara o lado nestas horas trágicas que podem acabar muito, muito mal, com o regresso da direita ao poder, muito reforçada pela extrema-direita, pela via eleitoral, por ora, se isso chegar.

Sobre os últimos desenvolvimentos políticos: a negociação do orçamento geral do Estado, as transferências financeiras para a Madeira, ( minha querida terra, sem governo democrático) o caso de Mário Crespo e, mais grave, o envolvendo a compra da TVI, Correio da Manhã e Público, podendo envolver altos dignitários da Governança, só mesmo a completa alienação das coisas da res -publica não obriga a uma clara, pronta e urgente intervenção da Assembleia da Republica, para indagar a verdade sobre todo o esquema que um procurador da Republica e um juiz referem existir nestes casos para tentar alterar o sentido do voto dos portugueses.

Facto que se real, poderia mesmo alterar a configuração legitima e democrática do poder, instituindo, em última instância, uma ditadura da maioria contra a vontade genuína dos eleitores que só se pode exprimir em eleições intrinsecamente livres e democráticas, o que, já mesmo em circunstâncias normais não acontece completamente, mas tanto pior, quando planeadamente se adulteram os mecanismos de formação da opinião

Neste âmbito também cabe e deve:

» O governo analisar e questionar sobre a verdade da existência ou não daquele denunciado esquema, para a tomada viciada do poder pela via eleitoral;

» Ao Sr. Presidente da República questionar o Sr. Procurador Geral da República, sobre os fundamentos da sua decisão de não investigar os indícios, que parece muito prejudicada face aos despachos revelados e às notícias sobre a rede tentacular denunciada na comunicação social para obter os objectivos referidos nos despachos. Rede que tal como é apresentada é coerente com os objectivos pretendidos, ou seja, condicionar gravemente o resultado eleitoral, o que, de acordo com esquema denunciado só não aconteceu por haver liberdade de expressão e uma imprensa não completamente controlada, o que, se procurava eliminar;

» A todos os portugueses exigirem aos vários órgãos constitucionais que ajam, e à Assembleia da República que garanta a legalidade democrática.

Numa palavra é preciso tudo fazer, para que não se perca a essência moral da democracia e da Republica, baseada no comportamento ético dos representantes do povo e no funcionamento legal das várias instituições, e no procedimento de igual modo para todos os cidadãos, como só pode ser o caso, dos tribunais e da justiça.
Se tudo isto ruir: a dignidade dos agentes políticos, a verdade das eleições, o comportamento honesto, a justiça social, a liberdade de expressão, deixa de haver democracia, há somente um simulacro que mais cedo, do que tarde, aproveitará a um qualquer ditador totalitário.

Como militar de Abril independente, somente ligado aos compromissos sagrados e intocáveis do Movimento das Forças Armadas, que se mantêm vivos, e para cujo sucesso contribuí desde sempre. Desde 1972 que denunciava em carta dirigida a um meu camarada a necessidade de nos levantarmos contra o regime podre, não posso calar a minha angústia e revolta, por ver tanto pântano, em que nos afogamos, e, por isto, aqui, ladro, mas quem me ouve?

Poucos, porque, como convém, dirão, o que pode este obscuro cidadão? Nada, mas como cidadão faz o que pode, e faz, assim, o que deve. Dever extensivo a todos os democratas, aos partidos, nomeada e particularmente ao PS que não se pode reduzir à voz troante e incómoda do Sr. Lelo, e ainda de uma forma particularíssima aos MLITARES DE ABRIL NÃO VENCIDOS OU, PIOR, CONVENCIDOS PELA PLUTOCRACIA.

7 Fev. 10. Um momento grave da DEMOCRACIA Fundada em 25 de Abril 1974

andrade da silva

este texto pode ser lido no blog  http://liberdadeecidadania.blogspot.com/

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