05 fevereiro 2010

estribilhos da malta, bocas e frases soltas


as palavras andam no ar. saltam da boca. como os sorrisos. então estás cá!? estou sempre! (às vezes em pensamento) toca a despachar! que são horas. e não te descalces que vais ao petróleo! frases que ninguém sabe como e quando começaram. andam por aí. lá vamos nós, a gracinda, a paula, a rosa. agora chega a licélia com a filha. a anabela, a inês, a teresa, enfim o autocarro cheio arranca. organizem-se! outra. ó eeelllssssaaa! e ela responde lá à frente: acendam a televisão! gargalhada. a malta está bem disposta. como a tarde, de sol. o autocarro já lá vai. do rádio soltam-se sons de um fado antigo, fernando farinha(!!!) fado de um operário. bela voz de fadista barreirense, mas neste ambiente não soa bem. ai meu canário! e esta? é nova. sobre a 25 de Abril (sempre!) lisboa. cada vez mais bela. a seda do tejo, azul e transparente a rasgar-se em espuma, rasto de barco do barreiro. no marquês nota-se já o movimento. a liberdade, em avenida cheia de sol, promete. bandeiras vermelhas e brancas da função pública. o autocarro parou. agora vai tudo à casa de banho. a fila já chega quase à rua. a dos homens vazia! não pode. e chegam eles e vão para a fila, mas desistem logo. azar. da rua chegam acordes “e se todo o mundo é composto de mudança, troquemos-lhes as voltas, que i’nda o dia é uma criança”. na rua já está tudo a postos. o megafone ó miguel! ó miguel! bocas trazes o moscatel? ó miguel! olha pra trás que é contigo! e era mesmo. o paulo de carvalho tu vieste em flor e eu te desfolhei… e a lala e a malta de mora. e o zeca quando um homem se põe a pensar…autocarros de avis e de palmela. o hino da intersindical unidade, unidade, unidade, do trabalho contra o capital. pelos restauradores abaixo alguém me chama. e era a maria bárbara e a maria teresa, de pias pois. abraços e adeus que nã posso perder a malta do barreiro. mentiroso! mentiroso! a cantiga enche a praça. petição “pela saída imediata das tropas portuguesas do afeganistão” é um panfleto. direitos conquistados não são para ser roubados. o país não se endireita com políticos de direita. o terreiro em frente aos barcos do barreiro está lhano. as bandeiras esvoaçam com a  brisa que sopra do tejo. injustiças sociais, arre porra que é demais. foi uma boa manifestação. os funcionários públicos merecem respeito. o socrates é um burro, foda-se, caralho. dizia um do porto.

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