o caspacho, receita simples e fresca. o pão alentejano, naturalmente, o tomate e o pepino. tudo muito migadinho. às vezes também pedacinhos de pimento verde. flor de orégãos triturados entre as mãos, por cima do tomate e umas pedrinhas de sal em cima, para tomar gosto. mas antes já os dois dentes de alho, não muito grandes para não ficar indigesto, haviam sido esmagados com sal no fundo da pelingana (quem não souber o que é procure no léxico pieiro). dá-se assim umas pisadelas no tomate e no pepino para extrair os sucos e depois despeja-se água bem fresca, azeite de moura e bastante vinagre. tem de ser. mexe-se muito bem para misturar o azeite com a água, mas é claro que não se consegue! o azeite é como a verdade e vem sempre ao de cima. verdades do povo, como o caspacho. depois de já estar toda a gente sentada à mesa juntam-se as sopas e tira-se logo para os pratos. que sabem bem é rijinhas e não moles. como certas coisas, enfim. acompanha-se com carapauzinhos fritos, ou uns niquinhos de presunto, mas havendo peixe não há necessidade. e azeitonas, não podiam faltar. e está pronto um grande banquete. e uma grande barrigada, mas barrigadas destas, venham elas...
16 julho 2010
estava mesmo bom! o caspacho...
o caspacho, receita simples e fresca. o pão alentejano, naturalmente, o tomate e o pepino. tudo muito migadinho. às vezes também pedacinhos de pimento verde. flor de orégãos triturados entre as mãos, por cima do tomate e umas pedrinhas de sal em cima, para tomar gosto. mas antes já os dois dentes de alho, não muito grandes para não ficar indigesto, haviam sido esmagados com sal no fundo da pelingana (quem não souber o que é procure no léxico pieiro). dá-se assim umas pisadelas no tomate e no pepino para extrair os sucos e depois despeja-se água bem fresca, azeite de moura e bastante vinagre. tem de ser. mexe-se muito bem para misturar o azeite com a água, mas é claro que não se consegue! o azeite é como a verdade e vem sempre ao de cima. verdades do povo, como o caspacho. depois de já estar toda a gente sentada à mesa juntam-se as sopas e tira-se logo para os pratos. que sabem bem é rijinhas e não moles. como certas coisas, enfim. acompanha-se com carapauzinhos fritos, ou uns niquinhos de presunto, mas havendo peixe não há necessidade. e azeitonas, não podiam faltar. e está pronto um grande banquete. e uma grande barrigada, mas barrigadas destas, venham elas...
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11 comentários:
vivam todas as Rubras Papoilas do Alentejo
pois é assim mesmo, cada terra com seu uso cada roca com seu fuso...
no interior algarvio, o gaspacho tinha por nome entre a gente que trabalhava a terra, arredores de Loulé, "Lavadinhas", igualmente com pão caseiro e oregãos que por sinal meu pai adorava
eu aqui falta-me a qualidade do nosso pão caseiro, ingrediente indispensável à excelência dessa sopa de verão
com o abraço amigo
Marília
Nem convidam .... Boas férias e comezainas que bem merecem.
Um abraço
ARFER
viva marília!
pois em pias também há um prato muito parecido com essas lavadinhas de que falas e curiosamente chama-se lavadas. é uma variante do gaspacho. tb mto bom.
pois ... um bom pão é indispensável
abraço
arferlandia
prometo que para a próxima vais comer um belo caspachinho, mais a tua menina linda.
abraços
Não comi mas é como se tivesse comido. Estava mesmo muito bom!
Joana
ainda bem que gostaste, joana
;)
bj
Cara Papoila Rubra, amigas
quantas vezes trouxe Portugal até aos meus filhos através de cozinhados típicos portugueses, doces e pão, que me levava exactamente uma hora a amassar, mas ai, o forno atraiçoava a vontade e o esforço e o pão era apenas uma aproximação..
mas acima de tudo não queria que esquecessem quem eram, que esquecessem Portugal
e assim surgiram estes versos à única das minhas filhas que aqui nasceu
à Nádia para que não esqueças.Origem, raízes,cultura. Portugal.
Nasceste aqui longe em França
morena de Portugal.
Mas teu olhar de Criança
olhar que não tem igual,
Poisou na cinza dos dias
no verde que não tem fim
paisagem que até parecia
não teres vindo donde vim.
Mas amor não tem distância
a terra que nós deu vos
foi a luz da nossa infância
modelou o que há em nós.
Foi na língua de Camões
que te cresceu o pensar!
Essa língua onde as canções
são feitas da voz do mar.
Por lá ondulam searas
ou se canta o milho verde
quando as belezas mais raras
nos acentuam a sede.
Onde o povo que trabalha
ri e chora! Cai, levanta
no pais que canta ou ralha
mas que é nosso e nos encanta!
O país que é nosso pai
e nos fala de saudade
ou do irmão que nos vai
dar a mão da igualdade.
Terra-mãe que em si concentre
um amor puro imortal...
tu nasceste no meu ventre
e no meu corpo é Portugal.
Marília Gonçalves
cara marilia
obrigado por mais este teu poema. de certeza que a nádia gostou.
bj
Sinto-me muito grata pelos poemas, pelas palavras, pela receita, enfim! estou grata por aprender, sempre que venho à Planice...
No Algarve esta salada fria tem outro nome Arjamolho ou Gaspacho. Faço às vezes, a família gosta, embora não sejam algarvios. Já percebi é que não punha alho, talvez porque aprendi a fazer com a minha mãe e ela não era fã de alho.
Um abraço
beta
eu é te sou grata pelas tuas palavras
pois tb conheço o arjamolho e não é mau...
mas ainda assim gosto mais do gaspacho
bj
oi viva Beta
a minha sogra que era de Albufeira e que faleceu há dez anos com quase cem
(conhecedora de velhas tradições, por conseguinte) fazia o arjamolho a que outros chamavam algeramolho que se distinguia do gaspacho, era também uma sopa feita com água fria oregãos, um pouco de alho cru, azeite sal e as indispensáveis fatias, cortadas rusticamente, de pão caseiro
um abraço
Marília Gonçalves
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