a noite escorre pelas vidraças
como a chuva
suave
suave
que numa leve capa
envolve a cidade
fica estranha
a noite sem estrelas
a tempestade
em reflexos roxos
rasga o silêncio
em tonalidades belas
as vagas no rio
arrepiadas de medo
ou de frio
enrolam-se e guardam segredos
de mitos antigos
verdadeiros ou não
é apenas mais uma noite
e a melancolia da chuva de verão
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