os fins de semana no alentejo dão-me sempre pano para mangas. as idas ao mercado de évora e os cheiros fortes do queijo, que quase nos tombam para o lado, de mistura com o das tôrtas polvilhadas de canela e o sabor característico da manteiga de porco. com azeitonas! o doce e o salgado, maravilha. passamos pelo jardim público e resolvemos descansar um pouco na esplanada. conversando e ouvindo as falas dos outros. falares ibéricos, do oriente, sei lá quantos mais pela cidade. por cima de nós esvoaçam andorinhas em voos rasantes. e naturalmente a fala cantada de évora. que já na noite anterior tínhamos apreciado, no belo até amanhã de antónio murteira. de regresso a casa e ao quintal aí temos a primavera, em perfumes e cores. a passarada outra vez. pardais que vêm às migalhas do pão, pintassilgos, até caldeiranitos ou chapins, conforme a fala, algarvia ou alentejana. assim lhe chamamos nós, que a nós próprios nos chamamos humanos. como se chamarão eles entre si. cantam melros, arrulham pombos e rolas… e pelo meio o tremor de terra. subiu das profundezas em zumbido crescente e assustador e terminou em explosão. como o bing bang de qualquer coisa. correrias e gritos de aviso…agora que voltou a serenidade, pronto! acabou-se-me o espírito bucólico.
27 março 2010
pano para mangas
os fins de semana no alentejo dão-me sempre pano para mangas. as idas ao mercado de évora e os cheiros fortes do queijo, que quase nos tombam para o lado, de mistura com o das tôrtas polvilhadas de canela e o sabor característico da manteiga de porco. com azeitonas! o doce e o salgado, maravilha. passamos pelo jardim público e resolvemos descansar um pouco na esplanada. conversando e ouvindo as falas dos outros. falares ibéricos, do oriente, sei lá quantos mais pela cidade. por cima de nós esvoaçam andorinhas em voos rasantes. e naturalmente a fala cantada de évora. que já na noite anterior tínhamos apreciado, no belo até amanhã de antónio murteira. de regresso a casa e ao quintal aí temos a primavera, em perfumes e cores. a passarada outra vez. pardais que vêm às migalhas do pão, pintassilgos, até caldeiranitos ou chapins, conforme a fala, algarvia ou alentejana. assim lhe chamamos nós, que a nós próprios nos chamamos humanos. como se chamarão eles entre si. cantam melros, arrulham pombos e rolas… e pelo meio o tremor de terra. subiu das profundezas em zumbido crescente e assustador e terminou em explosão. como o bing bang de qualquer coisa. correrias e gritos de aviso…agora que voltou a serenidade, pronto! acabou-se-me o espírito bucólico.
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3 comentários:
Versejo como converso
Na solidão do abrigo
Descubro o meu universo
Pela nesga do postigo.
Postigo, velha janela
Quem hoje se lembrará
Da luz que entrava amarela
a sorrir à inocência
a olhar o horizonte
quem inda se lembra dela
a sobrevoar o monte ?
Marília Gonçalves
O Director-geral de Arquivos tem o prazer de convidar V. Ex.ª para a
inauguração da exposição, “«… cada fio de vontade são dois braços / e cada
braço uma alavanca…»: jornais manuscritos na prisão (1934-1945)”,
que decorrerá no dia 31 de Março de 2010, no edifício do Arquivo Nacional
da Torre do Tombo, Alameda da Universidade, Lisboa, pelas 18h30m.
Estarão presentes SE o Secretário de Estado da Cultura, Elísio Summavielle
e o Secretário-geral do Partido Comunista Português, Jerónimo de Sousa
marília
esse velho postigo ainda o trazes contigo
e ainda bem
conto lá estar amanhã
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