15 janeiro 2010

alqueva na cota máxima


finalmente alqueva atingiu o máximo. é um espectáculo impressionante de ver, o duplo jacto projectando-se a grande altura e caindo no vasto leito do guadiana, em milhões de gotículas de fina poalha branca. é esse espectáculo que leva ali dezenas, ou centenas? de lisboetas-alentejanos, aos fins de semana, sempre dispostos a espantarem-se com a imensidão daquele lago, tão desejado e com tão pouca serventia. mas mesmo durante a semana a freguesia não falta. confirmei-o hoje mesmo quando lá passei, a caminho de pias. imagino o assombro que sentiriam os habitantes daquela cidade, da idade do bronze, no alto do cabeço fronteiro ao paredão (± 3000 anos, hoje conhecida como “castro dos ratinhos”) se pudessem olhar em seu redor e vissem tão assustadora visão. sobretudo se nos lembramos que tudo aquilo está construído em cima de uma falha geológica activa. mas o alentejo está mais belo que nunca, no seu manto de verde musgo e as chuvas deste ano, que levam alqueva à cota máxima engrossaram regatos e barranquinhos e vão fazer rebentar os poejos, os agriões e a hortelã da ribeira.

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