27 junho 2012

lisboa de ponte a ponte




da serra do louro
quanto pode a vista alcançar...
entre o sado e o tejo
todo o mundo é meu


à bolina no mar da palha,
aproveitando, o vento e a maré
vogam velas do barreiro


apenas em dias escuros
a luz incide, directa
na silhueta da ponte


eu, aqui de longe, tento capturá-la
e sem querer, a este pombo,
 ligeiro,
que aqui ficou prisioneiro


dias e dias de calmaria
lisboa de cores mil
hoje o tejo é de prata


na colina do castelo...
será que apenas eu consigo vê-lo?


mais belo, ainda, ao entardecer



na baixa-mar o tejo desvenda-se
em "ilhas afortunadas"


terreiro dos  passos  mil


tejo de seda
tejo veloz
deslizando
a caminho da foz


"o que importa é partir"


uma ponte no coração
com nome de revolução

vista daqui, lisboa começa em almada
e o tejo
é um pego largo
de águas mansas



a ponte espreita
sobre a língua de areia, estreita
na maré cheia de alburrica

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