na manhã quente
o cheiro da palha
quase se toca
e sente
entra pelas narinas
não é o restolho
as hastes
de sementes
é apenas erva
seca
a seara
ausente
faz ondular a campina
na manhã quente
quase a empurrar a porta
a entrar na casa
escura
quase
a sentir
as paredes caiadas
a exalar frescura
o salitre
a desfazer-se
numa lembrança
quase morta
se abrisse a porta
fechada
sentia
a casa vazia
lá dentro o nada
mas fico à entrada
busco na parede anilada
a luz que ilumina o dia
o presságio voa
na brisa
quase me arrepia
poema a partir da leitura do livro de josé luis peixoto uma casa na escuridão
2 comentários:
linda descrição do Belo Alentejo, na voz límpida do nisso pão
Parabéns Papoila Rubra
e que viva essa Rubra Papoila que traz inscrito o coração de Catarina, voz dos nossos Belos e Magníficos antifascistas e Resistentes, nossos queridos inesquecíveis Amigos.
deixo-te poema que escrevi ontem, referente ao local onde me encontro, em plena montanha, com javalis e gamos e paisagens de sul, embora em França
abraço amigo para ti, e para todos os amigos, que por aqui passem, com essa flâmula de Futuro no Olhar. Beijos
Marília Gonçalves
Aqui onde estou dançam as horas
O tempo tem tempo de chegar
As arvores têm movimento
E o vento montanhoso a voz de mar.
As flores são aves
Que de ramo em ramo
Passam a saltitar
Na distância, o javali, o gamo
onde um fio de água
Passa devagar.
Marília Gonçalves
carissima marília
sempre a tua generosidade que,
por acaso, rima com amizade
e até é verdade.
sempre bela a tua poesia
ou não foras tú uma grande poeta do mundo.
desejo-te umas féria maravilhosas nesse lugar onde estás, que tenho a carteza é lindo.
um beijo grande
rc
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