30 abril 2011

nas ondas verdes do campo



ocupação de terras na herdade dos machados, moura, 1975




nas ondas verdes do campo

no vento que sopra

leve

bailando

nas abas das azinheiras

espalhando

o  perfume dos favais


sonho

com cantos alegres


vozes 

de mondadeiras

como papoilas

vermelhas

pelos campos

ondulando

no

verde

dos

trigais

7 comentários:

Marília Gonçalves disse...

heroico Alentejo, povo de pão e de verdade, o peito aberto à Luta e à Coragem
novas Lutas, vão ouvir gritar teu nome em Portugal, porque a fome ameaça, e tu Alentejo és um dos grandes e belos exemplos de RESISTÊNCIA
Adiante Companheiros, porque Viver é a nossa Lei, urge pois reconquistar a dignidade que nos roubam
com o meu rubro abraço
Marília Gonçalves

Marília Gonçalves disse...

Universal Urgência

Inútil pão doutro dia
nos olhos de ver morrer!
Quem pode ter alegria
por a semente prender?

Vendavais! Levem o muro
que prende o pão de amanhã.
Sementeira do futuro
a negar a vida vã.

Só quando livre a seara
crescer em pão mundial
a manhã será mais clara
nas margens do ideal.

Quando fluente o olhar
vier poisar de mansinho
na forma do verbo amar
pelas curvas do caminho

Nós então seremos povo
seremos gente a valer
semente do homem novo
que de nós há-de nascer!

Marília Gonçalves

só planície disse...

obrigado marilia
pela tua poesia
abraço amigo

Enrique Palma disse...

No momento da foto que você tem no seu blog, eu estava na prisão, no meu país, o seu blog me trouxe lembranças de quando fui convidado pelo Comité Central do PCP, em 1987. O povo de seu país são muito agradáveis ​​são semelhantes aos da Andaluzia.
Saúde e vivo em 25 de abril.

azinheira disse...

enrique palma
obrigado por seu comentário

lamento que o tenham privado da liberdade

meu pai também sofreu a torura nos cárceres fascistas de salazar

felizmente a revolução de 25 de abril de 74 terminou com a ditadura

em portugal em 1975 fez-se uma reforma agrária que pôs fim ao latifundio improdutivo que caracterizou durante décadas o sul do país

mas o sonho durou pouco

enquanto foi realidade o povo do alentejo viveu melhor e mais feliz

eu era moça e esse tempo marcou, definitivamente, a minha vida

abraço enrique

andrade da silva disse...

partilhei abraço joão

só planície disse...

obrigado joão
abraço amigo