há coisas que só no barreiro...
como esses fins de tarde
em que me debruço da janela
quando o calor já fugiu
para trás do mar
e o rio está á minha espera
no quintal os cães disputam
a minha atenção
o meu olhar
e a gatinha preta
que teve outra ninhada
perdida
(outra vez)
já anda de novo
assanhada
as árvores esperam
sequiosas
ansiosas
uma gota de água
é nestes fins de tarde
que amo mais o barreiro
e a poesia chega
súbita
em sons e música
é o jazz
irrompe pela tarde
irrompe pela tarde
salta pelas janelas
abertas
dos corticeiros
mesmo ao lado dos penicheiros
e
invade
tudo
pula os muros dos quintais
alaga-se pelas ruas da cidade
e segue
em passo ligeiro
para a esplanada
senta-se
e pede uma água gelada
e fica ali
a apreciar a vida
quase esquecida
de si
4 comentários:
Como amante do Barreiro, não poderia deixar de te dar os parabens, não só pelo que foi escrito, como pelas fotos.
obrigado carlos
Nunca fui ao Barreiro.Conheço-o através de ti e já gosto.Lindo poema. Bj Joana
espero por ti um dia joana.
bj
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