o barreiro é uma cidade cheia de contrastes, nada monótona, ao contrário do que alguns poderão pensar. quem passear um pouco pelo barreiro pode ouvir as mais diversas sonoridades, desde os gritos das gaivotas que nos sobrevoam acima das cabeças, fazendo crer que estamos numa grande cidade portuária e trazendo-me à lembrança o porto de barcelona. mas isto não tem nada a ver com o facto de o barreiro já ter sido apelidado de barcelona portuguesa, algures no tempo do fascismo, aí pelos 30s 40s. talvez por comparação com a barcelona republicana e vermelha que resistia ao cerco franquista, o barreiro resistia, à sua maneira, aos assaltos da pide, aos olhares furtivos dos bufos às esquinas ou na secção da fábrica ou das oficinas, espiando para ir contar no escritório, quando chegavam os tais de óculos escuros e chapéu nos olhos. eles lá iam disfarçadamente, fazer o relatório ao pide de serviço, que ficava a saber quem fazia o quê, namorava quem, que curso tinha, quantos anos tinha chumbado, porque viajava tanto para o algarve, ah! é porque tinha passe da cp e o que ia lá fazer, ir buscar ovos e galinhas para vender no mercado do barreiro. e que papéis eram aqueles contra a guerra colonial, que tinham aparecido de manhã pelas ruas, e agora já íam a caminho de lisboa para serem arquivados. e quem foi o inteligente que mandou raspar as letras na parede das oficinas do caminho de ferro. raspou tanto que tirou a tinta e escavou as letras na parede. foi o filho da miss estaca, coitado, é um bocado atrasado não lhe explicaram bem, sr. presidente da câmara.veja mas é se mandam rebocar as letras a dizer abaixo a guerra colonial. sim sr. inspector...
tão migã! que vais tã distraídã!
esta sonoridade tão própria do barreiro camarro, quase parece alentejana de tão arrastada, trás-me de volta ao presente.
pois é maria, a pensar na vida, nas voltas que ela dá, felizmente!
tão migã! que vais tã distraídã!
esta sonoridade tão própria do barreiro camarro, quase parece alentejana de tão arrastada, trás-me de volta ao presente.
pois é maria, a pensar na vida, nas voltas que ela dá, felizmente!
10 comentários:
estimada e querida amiga
a breve narrativa a descrição que fazes do terror salazista/caetanista
é tão real que os voltei a ver, até as malditas carrinhas revi!
quem com as tuas palavras não ficar a perceber o horror do ambiente que se vivia é porque não quer mesmo perceber! porque eu fui projecta 36 anos para trás, sem fazer nada por isso. Li apenas o que escreveste
por isso querida amiga hoje e sempre
VIVA O 25 DE ABRIL E 1975 e os Capitães e todos os que ao longo de tão terríveis décadas souberam superar o medo geral, e se bateram constantes pelo direito à dignidade e à liberdade
abraço amigo
Marília Gonçalves
estimada e querida amiga
a breve narrativa a descrição que fazes do terror salazista/caetanista
é tão real que os voltei a ver, até as malditas carrinhas revi!
quem com as tuas palavras não ficar a perceber o horror do ambiente que se vivia é porque não quer mesmo perceber! porque eu fui projecta 36 anos para trás, sem fazer nada por isso. Li apenas o que escreveste
por isso querida amiga hoje e sempre
VIVA O 25 DE ABRIL E 1975 e os Capitães e todos os que ao longo de tão terríveis décadas souberam superar o medo geral, e se bateram constantes pelo direito à dignidade e à liberdade
abraço amigo
Marília Gonçalves
Depois de ler este texto fiquei curiosa por conhecer o Barreiro. Como sempre, esta escrita vem no momento certo. Não podemos esquecer o antes 25, é sempre pertinente lembrar pois por vezes parece estar esquecido.Viva o 25 de Abril.
Bjo Joana
joana terei muito gosto em acompanhar-te numa visita pelo barreiro, mas, se quiseres aproveitar a câmara municipal vai realizar justamente no dia 25 de abril de manhã uma visita a estes locais que evocam os tempos da resistência oa fascismo, denominada "rota da resistência". se, quiseres aparece até podemos almoçar no barreiro e depois ir à manif de tarde. diz lá se não é um programa interessante!?
bj
marilia
sara vitália
victor hugo
aqui fica a notícia do passeio rota da resistência no barreiro.
esse tipo de discussões, parece-me a mim, são desnecessárias.
aproveitem a oportunidade e venham conhecer o barreiro.
a marília é mais difiícil claro, num hospital em frança, enfim, só por boa vontade lhe envio o convite
e votos de melhoras
ROTA DA RESISTÊNCIA NO BARREIRO
Passeio pelo Património | Dia 25 de Abril 2010 (manhã)
O Barreiro é conhecido e reconhecido pelo seu passado de resistência.
A importante concentração operária que aqui ocorreu desde meados do séc. XIX, constituída por ferroviários, corticeiros e operários da CUF permitiu, desde cedo, o fermentar de ideais progressistas, dando origem a um espaço de tradição revolucionária que é, ainda hoje, um dos principais instrumentos da identidade local.
Através desta Rota da Resistência pretende-se revisitar alguns locais: do Largo Casal - onde deflagrou uma bomba em 18 de Janeiro de 1934 - até ao Teatro Cine-Barreirense, serão visitados vários locais que espelham a identidade local de resistência ao Estado Novo.
Inscrições e Informações: 21 214 87 60 (Divisão de Cultura e Património Histórico e Museológico)
Ponto de Encontro - Paragem de Autocarro na Av. Alfredo da Silva às 10h | Fim da visita: 13h
http://nossaspoesiaslibertarias.blogspot.com/
Gostava muito de ir mas agora não me é possível, mas fica guardado o convite para uma próxima. Beijinho
Joana
ok joana
qd quiseres teremos muito gosto em te receber no barreiro. abraço
sim marilia
é preciso que n~
ao se esqueça como era antes de abril.
viva o 25 de abril, sempre!
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