Maio maduro Maio
quem te pintou
quem te quebrou o encanto
nunca te amou
raiava o sol já no sul
e uma falua vinha
lá de Istambul
sempre depois da sesta
chamando as flores
era o dia da festa
Maio de amores
era o dia de cantar
e uma falua andava
ao longe a varar
Maio com meu amigo
quem dera já
sempre no mês do trigo
se cantará
qu'importa a fúria do mar
que a voz não te esmoreça
vamos lutar
numa rua comprida
el rei-pastor
vende o soro da vida
que mata a dor
anda ver, Maio nasceu
que a voz não te esmoreça
a turba rompeu
Zeca Afonso
Zeca Afonso
4 comentários:
Papoila Rubra, Amiga
Que na beleza do teu poema, a turba, ave canora, faça potente ouvir sua voz e erga a alavanca de seu braço
Defendendo-se defende Abril, suas conquistas e o nosso belo Portugal
Parabéns pelo lindo poema
abraço de Abril
Marília
1° de Maio Diia do Trabalhador, 1° de Maio de tanto desempregado 1° de Maio de teu sangue e do suor pelo teu pão ganho a custo e tão contado 1° de Maio de Alentejos de searas Marinhas Grandes de batalhas contra os Párias desse Maio que vai de Norte a Sul negrume imundo que cobre o céu azul 1° de Maio de ceifeiras, pescadores dos operários fabris de cansaço e dissabores 1° de Maio para o povo português que se desperta, vai ser Maio todo o mês! 1° de Maio quando a mesa do ricaço ostenta o luxo que é fruto do teu cansaço 1° de Maio que renasce cada ano entre promessas e mentiras e engano 1° de Maio é tempo de despeitar o pão que é teu e que falta amadurar 1° de Maio de colheitas por fazer do teu suor que não pára de correr Outros festejam entre risos, rendas vinho faltas herdadas desde há muito em teu caminho hoje é o dia de te ergueres contra a desgraça é bem maior do que o medo e a ameaça Hoje é o Maio de sangue de Catarina essa Mulher que foi mãe e heroína Ondas de sal que inundaram a campina e desse mar de labutas luto e dores triste quinhão da vida dos pescadores Hoje é o Maio dos artistas operários que erguem o mundo contra ventos que contrários levam as casas e lhes deixam por abrigo casas ao vento onde o mês é inimigo de longos dias a contar o mês sem fim enquanto ricos vivem sempre no festim! Pois se hoje é Maio vamos todos despertar todos nós temos o direito de sonhar porque o trabalho foi regado com suor que a alegria seja a paga do labor o sofrimento não nos serve de salário queremos que Abril volte ao nosso calendário não queremos leis dum poder que é arbitrário Queremos Abril 25 a escrever o nosso erário e que o Mundo se retorne em se contràrio
Marília Gonçalves
marilia
este belo poema foi escrito por zeca afonso, como deves saber. só problemas informáticos de me impediram de corrigir a sua edição e a colocação destas papoilas/bandeiras vermelhas que erguemos neste maio contra a exploaração capitalista. viva o primeiro de maio!
o teu poema é muito belo e exaltante
abraços de maio
Papoila Rubra, querida amiga
o último verso do poema 1° de Maio:
todos fraternos renegamos o agressor
Marília
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