23 novembro 2011

eu faço greve contra este fascismo disfarçado de crise





no dia 24 eu faço greve geral

contra os roubos dos salários e das pensões


faço greve contra a miséria,
o empobrecimento, o desemprego e o roubo dos direitos

faço greve pela minha geração

faço greve pela memória dos meus pais

faço greve pela minha filha e por tantos mais 
jovens
forçados a deixar o seu, e o meu país

faço greve

para que não nos roubem o que abril nos deu

faço greve geral

pelo futuro de portugal


eu faço greve contra este fascismo

disfarçado de crise







17 novembro 2011

carta de um grego a um alemão

cartaz americano de apoio à grécia durante a II guerra mundial (imagem do blog http://aventar.eu/)



Estimado Walter,


Passou mais de meio século desde que a 2ª Guerra Mundial terminou. QUER DIZER MAIS DE 50 ANOS desde a época em que a Alemanha deveria ter saldado as suas obrigações para com a Grécia.

Estas dívidas, QUE SÓ A ALEMANHA até agora resiste a saldar com a Grécia (Bulgária e Roménia cumpriram, ao pagar as indemnizações estipuladas), e que consistem em:

1. Uma dívida de 80 milhões de marcos alemães por indemnizações, que ficou por pagar da 1ª Guerra Mundial;

2. Dívidas por diferenças de clearing, no período entre-guerras, que ascendem hoje a 593.873.000 dólares EUA.

3. Os empréstimos em obrigações que contraíu o III Reich em nome da Grécia, na ocupação alemã, que ascendem a 3,5 mil milhões de dólares durante todo o período de ocupação.

4. As reparações que deve a Alemanha à Grécia, pelas confiscações, perseguições, execuções e destruições de povoações inteiras, estradas, pontes, linhas férreas, portos, produto do III Reich, e que, segundo o determinado pelos tribunais aliados, ascende a 7,1 mil milhões de dólares, dos quais a Grécia não viu sequer uma nota.

5. As imensuráveis reparações da Alemanha pela morte de 1.125.960 gregos (38,960 executados, 12 mil mortos como dano colateral, 70 mil mortos em combate, 105 mil mortos em campos de concentração na Alemanha, 600 mil mortos de fome, etc., etc.).

6. A tremenda e imensurável ofensa moral provocada ao povo grego e aos ideais humanísticos da cultura grega.

Amigo Walter, sei que não te deve agradar nada o que escrevo. Lamento-o.

Mas mais me magoa o que a Alemanha quer fazer comigo e com os meus compatriotas.

Amigo Walter: na Grécia laboram 130 empresas alemãs, entre as quais se incluem todos os colossos da indústria do teu País, as quais têm lucros anuais de 6,5 mil milhões de euros. Muito em breve, se as coisas continuarem assim, não poderei comprar mais produtos alemães porque cada vez tenho menos dinheiro. Eu e os meus compatriotas crescemos sempre com privações, vamos aguentar, não tenhas problema. Podemos viver sem BMW, sem Mercedes, sem Opel, sem Skoda. Deixaremos de comprar produtos do Lidl, do Praktiker, da IKEA.

Mas vocês, Walter, como se vão arranjar com os desempregados que esta situação criará, que por aí vos vai obrigar a baixar o seu nível de vida, perder os seus carros de luxo, as suas férias no estrangeiro, as suas excursões sexuais à Tailândia?

Vocês (alemães, suecos, holandeses, e restantes “compatriotas” da Eurozona) pretendem que saíamos da Europa, da Eurozona e não sei mais de onde.

Creio firmemente que devemos fazê-lo, para nos salvarmos de uma União que é um bando de especuladores financeiros, uma equipa em que só jogamos se consumirmos os produtos que vocês oferecem: empréstimos, bens industriais, bens de consumo, obras faraónicas, etc.

E, finalmente, Walter, devemos “acertar” um outro ponto importante, já que vocês também são devedores da Grécia:

EXIGIMOS QUE NOS DEVOLVAM A CIVILIZAÇÃO QUE NOS ROUBARAM!!!

Queremos de volta à Grécia as imortais obras dos nosos antepassados, que estão guardadas nos museus de Berlim, de Munique, de Paris, de Roma e de Londres.

E EXIJO QUE SEJA AGORA!! Já que posso morrer de fome, quero morrer ao lado das obras dos meus antepassados.



Cordialmente,

Georgios Psomás

03 novembro 2011

a esperança existe a utopia está de volta



manifestantes ocupam a zona portuária em oakland, u.s.a.


neste tempo

de globalidades feito

- imperialismo, diria marx -

que domina o mundo

e explora quem trabalha

sem dó nem piedade

o "sistema perfeito"

está em causa

é questionado

julgado

e condenado

pela humanidade


a indignação é global

atravessa o mundo

perpassa o sistema capitalista

financeiro e global


a luta de classes, afinal...

existe!!!


 a esperança está em marcha

em revolta

e resiste

e renasce

em pequenos e grandes nadas

e faz-se

aqui

ali

na grécia

em espanha


e até na américa


enfim a humanidade  desperta

a utopia está de volta