26 fevereiro 2011

hoje o rio é uma brisa azul



hoje


o rio é uma brisa

azul






como um olhar



que fosse uma praia
que se espraia


na maré cheia







ou no vento


que sopra do sul





mas
a calma no rio
é apenas aparente




permanente
é o ir e vir
das ondas sobre a areia

agitando as águas
levemente




o rio


como a vida

passa veloz

por nós

como os pensamentos


ou o vento




registo a frase

escrita na muralha

por mão grafiter

tudo o que vem, vai

mas nem tudo o que vai, volta






17 fevereiro 2011

ramal de beja e outras dores de alma




eu cheguei
apanhei o comboio
que assoprava pela linha
às vezes penso comigo

e digo

triste sorte que é a minha

depois de chegar ao barreiro
embarquei
no vapor que passa o tejo

chora por mim
que eu choro por ti

já deixei o alentejo


esta moda era
cantada por alentejanos
quando as circunstâncias
e a vida,
obrigavam a deixar a terra
onde nasceram

veio-me à memória
a propósito da petição pública
que alguém me enviou
e deixo o link
para quem a quiser assinar

já nos tiraram tanto!
para que não nos tirem isso
também

«RAMAL DE BEJA E OUTRAS DORES DE ALMA »



14 fevereiro 2011

cal

a propósito

do livro de josé luis peixoto

e da sua escrita

clara
e
limpa

como a cal

das paredes
e
 portados

da bela
e
luminosa

cidade

de

serpa