09 abril 2010

LUZ MÉDIA por andrade silva

Há tanto anos,
Já nem sei quantos.
Partistes com alegria, imensa.
Era o teu destino.
Vencestes a escola,
Paris chamava-te.
Era o teu destino.
E a correr fostes para o futuro.
Vi-te partir, manhã cedo,
Voando, voando,
Leve, levemente.
Da beleza e da graciosidade
Eras a mais bela catedral.
Partistes.
Amei-te
Vivi a tua alegria.
Amei-te
Senti a dor da tua partida.
Mas Paris era o teu Evereste,
A realização dos teus sonhos
De arte e loucura.
Paris era a tua luz,
A oportunidade sonhada
Paris!… Paris!…
Ainda vieram cartas.
Depois o silêncio
A cidade luz vencia.
Paris ficou contigo
Espero que Paris te ame,
E que a tua graciosidade,
E que a tua generosidade….
Não!… Nunca!… Não!…
Tu vives, viverás sempre.
Amei-te
Já teu nome não sei, Amor!
Mas que importa um nome?
Amei-te.
E este nó apertado, seco, dorido
Na garganta me acompanha.
Amei-te à luz média da alma
E do coração.
Amei-te, é tudo quanto sei.
Amei-te
Luz Média do meu Norte.


Sem data, há muito tempo, chorando.

Andrade da Silva

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