12 fevereiro 2010

polvo


polvos e outros cefalópodes abundam na costa. os seus tentáculos estendem-se numa rede que parece interminável. querem dominar tudo. ter tudo sob controle. recentemente li um poema sobre a realidade contemporânea e não compreendi o sentido da palavra polvo. penso agora que era o contexto temporal. talvez o autor já se referisse ao escândalo ainda antes de ele ser público. quando aquele poema for lido, daqui a uns tempos, de certeza a palavra polvo será a marca triste da nossa contemporaneidade. lembrei-me agora de uma série italiana, chamada justamente o polvo, que passava na televisão portuguesa há uns anos. no filme havia um combate sério à máfia que dominava, e domina, toda a estrutura do estado italiano. a personagem principal, um magistrado sem medo, pagou bem caro a sua honestidade e viu a família ser toda assassinada em resultado do seu trabalho de denúncia. ainda assim ele não desistiu do combate. em itália berlusconi começou por comprar jornais, televisão, clubes de futebol, etc. parece que está a fazer escola por cá.

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