07 janeiro 2010

tristeza

a tristeza
é um rio
seco
de margens requeimadas
vencidas
pelo abandono.

este rio
já foi
ribeira fresca
rumorejante.

agora
apenas transborda
angústia.

1 comentário:

Marília Gonçalves disse...

inventaremos a àgua como Elzéard Bouffier " L’homme qui plantait des arbres" da narrtiva de Jean Gionno

http://aldanwang.blogspot.com/2010/01/lhomme-qui-plantait-des-arbres.html

e o Fiozinho da Fonte será por nosso bem nova realidade

Marília

Rumorejante
Na encosta de um monte,
E, mal que do seio
Da terra brotou,
Logo o seu veio
Transparente e diligente
Buscou e achou
Mais baixo lugar...
.............
Ao brotar da dura frágua,
É uma lágrima...

Mas esse humilde fiozinho
Que um destino bom impele,
Encontra pelo caminho
Um outro que é como ele ...

Reunem-se, fundem-se os dois,
Prosseguem de companhia,
E fica dupla depois
A força que os leva e guia ...

Juntam-se aos dois um terceiro,
Outros confluindo vão,
O regato é já ribeiro,
E o ribeiro é rio então ...

E nada agora o domina
Ao fiozinho da fonte,
Entre colina e colina
Ou entre um monte e outro monte.

Caminha sem descansar
Circula através do mundo ...
Até à beira do mar
Omnipotente e profundo ...

(Augusto Gil)